quarta-feira, 26 de novembro de 2003

(Re)começo

Começo é atravancado, difícil, pequeno.
Começo qualuqer,
Como uma criança engatinhando,
Ou um adulto em uma cidade estranha.
Começo de frase, de livro, de poema.
Começo é complicado.
Exige força, coragem, determinação.
O meio é mais simples.
Basta soltá-lo, deixar correr o barco.
Meio qualquer,
Como a idade adulta, a juventude e a meia idade.
O desenrolar da história.
Pleno, inteiro, mesmo sendo meio.
Complementa o início que já se foi
E o fim que está por vir.
O fim é uma conclusão,
Difícil de ser boa,
Carente de aceitação.
Um bom livro que chega ao final.
É a dúvida do porvir.
É curto, rápido.
Tem apenas três letras
E representa uma mudança imensa.
O fim é a conclusão.
O término do papel,
A falta de espaço na folha,
A morte da gente,
A morte do bicho,
A morte da água, da árvore, da flor.
Mas o fim é semente.
Uma idéia plantada
Para outros livros, outras vidas,
Outras flores.
É matéria para o chão,
É o berço do embrião,
É a volta ao começo

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