terça-feira, 9 de novembro de 2004

Doce inocência


Engraçado como às vezes nos damos conta de que o tempo não parou e de que não somos mais crianças. Mas o mais estranho mesmo é que não percebemos isso gradualmente: apenas crescemos. Passamos por tantas fases especiais – cada uma com suas peculiaridades – e parece que de todas carregamos algo. Não nos sentimos mais velhos: no fundo, parece que somos os mesmos seres que pouco sabem e que acabaram de começar a viver, com todas as inseguranças e curiosidades.

E a maturidade não nos avisa quando chega – se é que chega. Na verdade, é como se ela fosse imposta a nós por uma convenção que existe há séculos. De repente, nos sentimos obrigados a rir quando queremos chorar ou a sentar de pernas cruzadas quando queremos mesmo é ficar bem à vontade.

Vejo que fiquei adulta quando percebo a cobrança pelos modos que não tenho. Percebo a maturidade a cada vez que meu sorriso maroto não surge no rosto, quando não consigo ver com olhos infantis os problemas que surgem cotidianamente, nas horas em que percebo que tenho medo de perder meu emprego, quando vi que já perdi a inocência de que tudo pode ser comprado "com cheque" e quando lembro que minhas ambições vão muito mais além do que um simples "videogaminho". Era assim que costumava falar quando tinha meus menos de 10 anos. Achava que a vida era muito mais simples.

Pegando emprestadas as palavras de Fernando Sabino, queria mesmo era crescer e me tornar criança.

quarta-feira, 16 de junho de 2004

Do chão ao pó


Não somos feitos da imunda matéria cinzenta que inunda as metrópoles, mas aprendemos a conviver bem com ela e com a poeira constante e baixa. Poeira que corta e desgasta, que enche os pulmões de um ar preto, mas imprescindível. Somos animais, sim. No pior sentido da palavra. Pessoas envolvidas em seus próprios mundinhos, esquecendo que também são matéria orgância, em sua tradução mais simples e pútrida. O cinza é hoje o que ontem era belo. É a tradução da capacidade e do intelecto humanos e da solicitude indefesa do meio ambiente. Mas, em nossa ignorância, apenas damos continuidade à tradição iniciada anos antes de existirmos. Somos animais, sim. Mas continuo dizendo que gosto muito mais das criaturas que chamamos cotidianamente de animais do que dos homens.

terça-feira, 8 de junho de 2004

Clássicos republicados

Não! Não sei onde coloquei o livro, onde parei a frase, onde larguei a caneta. Não. Hoje não quero saber nada. Se vai chover ou se vai fazer sol. Se o amanhã já chegou e se o ontem já era. Estou. Sou. E gosto. Isso basta. Ou não?

quarta-feira, 5 de maio de 2004

Herrar é umano

Uma das coisas mais fantásticas a respeito do ser humano é a capacidade de aprender com seus erros. E o básico, antes disso, é ter a coragem de admiti-los, senão para os outros, para si próprios. Identificar os defeitos e classificá-los em prejudiciais ou meros traços de personalidade é fundamental. Tentar melhorar aspectos que possam causar contratempos é essencial e mostra a busca pelo crescimento.

:: Quem não tenta melhorar fica aprisionado no tempo ::

Traçar metas, perder alguns dias ou algumas horas colocando-as no papel também são fatores necessários. Não dá para viver ao sabor da maré. É preciso ter claros os objetivos a alcançar e aceitar que errar é natural.

:: Braços cruzados nunca ajudaram ninguém a construir nada ::

Palavras-chave: autoconfiança, determinação, perspicácia, INICIATIVA.